Jet 7,8,9,10,11,12,...
Tomás inclinou-se no sofá, pegou numa das revistas amontoadas sobre a mesinha e folheou-a distraidamente. Enormes fotografias de pessoas bem vestidas enchiam as suas páginas com sorrisos iguais, quase esteriotipados, anunciando ao mundo a felicidade cor-de-rosa dos seus casamentos ou a animação frívola das festas lisboetas; eram revistas de sociedade, de gente bem em poses cuidadas, encenadas, exibindo homens de aspecto próspero e vistosas camisas de marca, desabotoadas junto aos colarinhos, posando ao lado de loiras oxigenadas, a pele estragada pelo Sol e as faces pesadamente maquilhadas; tornava-se evidente que aquelas personagens tinham declarado guerra ao passar dos anos, num esforço vão, grotesco até, para reterem a beleza que a idade inexoravelmente lhes roubava em cada instante, a juventude que se perdia a cada respiração, ao ritmo em que a areia desliza numa ampulheta e é largada pelo sopro do tempo.
José Rodrigues dos Santos em O Codex 632
1 comentário:
“O CODEX 632”, JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS, MASCARENHAS BARRETO e os FACTOS !...
De facto, alguns intelectuais publicaram trabalhos, procurando provar que Cristóvão Colombo (ou Cristóbal Colón) foi português, muito antes de surgir Mascarenhas Barreto com o mesmo propósito, através das suas obras, em 1988 ("O Português Cristóvão Colombo - Agente Secreto do Rei Dom João II"), e em 1997 ("Colombo Português - Provas Documentais (obra publicadas em dois volumes) ).
Contudo, o espírito académico ensina-nos a sermos rigorosos.
Assim, para que não surjam dúvidas, convém esclarecer que deve-se EXCLUSIVAMENTE a Mascarenhas Barreto a tese de que Cristóvão Colombo (independentemente de poder ter sido português, espanhol, italiano, russo ou chinês), foi um AGENTE SECRETO de Dom João II - procurando enganar os reis católicos com a pretensão da descoberta de um possível caminho marítimo até à Índia, diferente daquele que os portugueses procuravam.
Segundo, Mascarenhas Barreto, foi graças ao famoso engenho político de Dom João II e ao bom desempenho deste navegador ao serviço do Rei de Portugal - que foi possível o Tratado de Tordesilhas, com todas as vantagens para Portugal.
Aproveito a oportunidade para esclarecer o seguinte:
O trabalho de Mascarenhas Barreto desencadeou grande polémica e não é para admirar que também tenha despeitado algumas pessoas ligadas à investigação no campo da História de Portugal. Porque, se, na verdade, Cristóvão Colombo (provavelmente o mais famoso navegador da História Universal) foi português, e os nossos claravidentes "especialistas" que se consideram uma autoridade (supostamente por terem-se licenciado em História) nunca o entenderam (apesar da numerosa documentação, hoje existente, como nunca) - será para eles uma vergonha.
Não vá ser verdade que Mascarenhas Barreto fez, de facto, uma grande descoberta - a salvação deles é (e por desonestidade), antes de mais, negar, a qualquer preço, o mérito do seu trabalho, procurando, assim, desacreditá-lo e, para mais, chamando a eles a denominação de "comunidade científica"!...
E já tenho lido vários textos (sobretudo publicados na Internet) informando que a comunidade científica está contra Mascarenhas Barreto!... NÃO É VERDADE!
Para avaliarmos bem esta afirmação, como outras suas semelhantes - é preciso sabermos quem é que constitui a chamada "comunidade científica": será o conjunto de todos os intelectuais, apenas de Portugal, ou, antes, do Mundo inteiro?!
É evidente que a designação de "comunidade científica" diz respeito ao conjunto dos intelectuais de todo o Mundo (incluindo os do nosso País).
Investigando através da NET, facilmente nos damos conta que, em todo o mundo, existem intelectuais que escrevem a favor ou contra Mascarenhas Barreto. Também o mesmo acontece em Portugal. É bom que assim seja; que haja debate!
E quais são as pessoas que constituem a "comunidade cientifica"? São unicamente professores catedráticos?
NÃO! A “comunidade científica” é constituída pelo conjunto de:
1) todas as pessoas que tenham com sucesso frequentado Universidade (o que, à partida, nos fazem crer que aí desenvolveram espírito crítico, científico e capacidade de trabalho);
2) todas as pessoas que, embora nunca tenham pisado a Universidade, o seu valor intelectual lhes seja reconhecido. Exemplo: ALEXANDRE HERCULANO (cujo trabalho sobre a História de Portugal é referência obrigatória no ensino superior).
Luís de Albuquerque e Vasco Graça Moura manifestaram-se publicamente e de modo feroz, contra o trabalho Mascarenhas Barreto.
Contudo, fui testemunha da cerimónia do lançamento público do 1º trabalho de Mascarenhas Barreto (1988), e quem foi que se esmerou no discurso da apresentação do livro, e pelo qual teceu os maiores louvores? Foi o Professor HENRIQUE DE BARRILARO RUAS.
Também, quem é que, em 1997, fez o discurso de lançamento público do 2º trabalho de Mascarenhas Barreto? Foi o Professor MIGUEL DE CASTELO BRANCO.
O Professor FRANÇOIS BARADÉ, na revista francesa especializada em Estudos Históricos e Filosóficos da Universidade de Sorbonne, Paris, França / Ecole Pratique des Hautes Etudes – Sciences historiques et philologiques, Sorbonne (www.stratisc.org/pub/mo/pub_mo3_CHRONIQUEB.html) defendeu vigorosamente o trabalho de Mascarenhas Barreto.
Também a Professora JANINA KLAVE (Universidade de Varsóvia) é uma das maiores defensoras do mérito do trabalho de Mascarenhas Barreto – e, nesse âmbito, deu numerosas conferências em vários países, inclusive no nosso.
Pergunto, então: por “comunidade científica portuguesa”, devemos acreditar, apenas, os que são contra o trabalho de Mascarenhas Barreto; serão, apenas, os que são a seu favor - ou será o conjunto de todos esses intelectuais!
Em minha opinião, mesmo que Mascarenhas Barreto possa, ou não, ter provado, quer a nacionalidade portuguesa de Cristóvão Colombo (ou Salvador Fernandes Zarco, seu verdadeiro nome, segundo Mascarenhas Barreto); quer que o navegador foi um agente secreto do Rei de Portugal – uma coisa é certa: o trabalho tem imenso valor, é exaustivo e como afirmou Henrique de Barrilaro Ruas, por ocasião da cerimónia supramencionada – a sua leitura é uma referência obrigatória.
Diz-me o instinto que, de facto, deverão ser muitos os despeitados com o trabalho de Mascarenhas Barreto e ensinou-me a VIDA, que o normal é os medíocres darem as mão – procurando, assim, uma maior força para derrubarem aquele que lhes é melhor!
Por definição filosófica, intelectual é todo aquele que busca a VERDADE!
No entanto, entre os nossos, quando o DESPEITO é maior do que o interesse ACADÉMICO, ou quando questões políticas ou de subserviência a quem os paga (pois tudo parece ter um PREÇO) emergem – a VERDADE (mesmo que seja vaforável ao nosso País) que se LIXE!
Depois de Mascarenhas Barreto, várias outras pessoas mais não fazem senão plagiar (quase que integralmente) o seu trabalho. São exemplos dessas pessoas:
MANUEL LUCIANO DA SILVA (que após ter lido minuciosamente o trabalho de Mascarenhas Barreto e de o reproduzir nos seu/s site/s – não vá alguém o acusar de ser plagiador -, faz um grande elogio a Mascarenhas Barreto e, depois, apenas o refere como a pessoa que terá identificado cerca de 40 nomes que na ilha de Cuba, atribuídos por Cristóvão Colombo, todos eles também existentes em Portugal (a começar por CUBA, nome que unicamente existe no Alentejo, e todos os demais, quer ao redor desta cidade, quer ao redor de Beja, e ainda outros, como São Vicente, etc.);
JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS (muito embora no seu livro “O Codex 632”, em “Nota Final”, mencione os autores dos livros por ele consultados, cujos trabalhos considerou relevantes para o fazer o seu livro - poderemos constatar que entre muitos outros nomes, consta Mascarenhas Barreto, bem assim como dos já aqui citados, Vasco Graça Moura e Luís de Albuquerque.
Muito embora José Rodrigues dos Santos no acto da elaboração do seu livro tenha (segundo ele diz) consultado vastíssima documentação sobre Colombo, o facto é (e não há argumentos contra factos) que o seu livro, de uma ponta à outra, mais não é do que uma super plágio da tese desenvolvida por Mascarenhas. E sei de fonte SEGURÍSSIMA que foi recebido em casa de Mascarenhas Barreto, tendo sido tratado com o maior carinho, e que por essa ocasião Mascarenhas Barreto respondeu-lhe a todas as dúvidas que pairavam sobre a cabeça de Rodrigues dos Santos.
Sobre o quê? Sobre o enigma da assinatura com que Cristóvão Colombo firmava os seus manuscritos; sobre a nacionalidade portuguesa do mesmo, sobre o famoso AGENTE SECRETO, e sobre muito mais.
É curioso que, muito embora tenha consultado tamanha quantidade de documentos, Rodrigues dos Santos, opta por fazer um super plágio da tese de Mascarenhas Barreto. A única diferença que encontro é que Mascarenhas Barreto procurou um trabalho científico, ao passo que Rodrigues dos Santos procurou apresentar a mesma tese sob a forma de romance.
Rodrigues dos Santos, também em “Nota Final” e imediatamente a seguir à indicação dos autores cujos trabalhos ele consultou, faz um agradecimento às várias pessoas que o ajudaram directamente – incluindo o nome de uma pessoa que lhe terá apresentado o Hotel da Lapa (Lisboa). É pena que se tenha “esquecido” de nessa lista de agradecimentos incluir o nome de MASCARENHAS BARRETO).
Também ouvi dizer que Rodrigues dos Santos, em emissão televisiva, terá explicado que uma das pessoas que o havia ajudado tinha pedido o anonimato. Bem, é possível. Contudo, a mesma fonte seguríssima informou-me que nunca Mascarenhas Barreto lhe terá pedido tal coisa!
PAULO DE MENEZES
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