30 março 2006

Vamos lá ver se nos entendemos!

PIDE: A Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) foi criada em Portugal em 22 de Outubro de 1946, sendo apresentada como um "organismo autónomo da Polícia Judiciária", nos moldes da Scotland Yard. Na realidade tratou-se de uma polícia política que teve como principal função a repressão de qualquer forma de oposição ao Estado Novo de Oliveira Salazar.
Esta organização tinha seu cargo a protecção do regime contra qualquer ameça interna ou externa, e, para isso, perseguia, prendia e torturava os seus opositores: políticos, estudantes, operários, artistas, simples cidadãos que fossem acusados de conspirar contra o regime. A PIDE era um instrumento político repressivo que servia para semear uma atmosfera de medo e desconfiança na população, que vivia no obscurantismo e na desinformação. Esta polícia ficou conhecida por ter causado a morte a vários antifascistas, quer através de torturas, quer através do "simples" assassinato. A tortura era uma prática corrente para a PIDE. As mais comuns eram a tortura do sono e a da estátua (o preso tinha que ficar de pé, imóvel, durante horas e horas seguidas).


Tortura: é a imposição de dor física ou psicológica por crueldade, intimidação, punição, para obtenção de uma confissão ou informação ou simplesmente por prazer da pessoa que tortura.

Morte ou óbito: são termos que podem referir-se tanto ao término da vida de um organismo como ao estado desse organismo depois do evento.

Memória: A memória humana é a capacidade mental de reter, recuperar, armazenar e evocar informações disponíveis seja internamente (cérebro), seja externamente (dispositivos artificiais). A memória focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental e deteriora-se com a idade. É um processo que conecta pedaços de memória e conhecimentos a fim de gerar novas idéias, ajudando a tomar decisões diárias.




Estamos entendidos quanto a definições? Ok, então agora vamos pegar na memória e fazer com que a PIDE, a tortura e a morte não sejam esquecidas! A Isabel sugere um envio maciço de emails para que os actos cometidos pela PIDE não caiam no esquecimento, e não se ande de pantufas sobre o sangue de tantos homens e mulheres que está presente na sua antiga sede! Por isso vamos todos enviar um email de cada conta que possuam para pacododuque@temple.pt, a empresa que diz que a história daquele edificio é feita de grandes festas e bailes!


Email:
Ao consultar a página na Internet deparei-me com algumas incorrecções que urge corrigir.
Na página dedicada à história do edifício, os senhores mencionam apenas os acontecimentos até 1640. Como sabem, estamos em 2006 e, entretanto, houve História naquele edifício. Como também sabem, o edifício foi sede da PIDE-DGS, polícia política do regime fascista. Até 1974 era para aquele edifício que eram levados os presos, para serem interrogados sob tortura. Como é público, os maus-tratos levavam, não raramente, à morte.
Omitir as mortes e as torturas é publicidade enganosa. Naquele lugar não houve, apenas, banquetes e festas de casamento. O fascismo existiu. A PIDE-DGS torturou e matou.
Exigimos o respeito da História do País e da memória de quem ali sofreu e morreu.




3 comentários:

k7pirata disse...

Como é facil apagar a memória de alguns. Basta um som clássico e uma história de embalar. É triste que muitos dos que ali pereceram vejam agora a sua memória associada a bailes e festas. Não, não nos esqueceremos do que foi a Rua António Maria Cardoso!!

Anónimo disse...

Meu caro Farpas
Acabei de ler o que se está a passar na António Maria Cardoso. Também eu Mais um.E vou falar a mais amigos. Um abraço.
A.N.C.

Anónimo disse...

Meu caro Farpas
Acabei de ler o que se está a passar na António Maria Cardoso. Também eu me quero associar ao vosso/nosso protesto. Enviei agora o texto ao Paço da Pide. Que é o que aquilo é. Mais um. E vou falar a mais amigos. Um abraço.
A.N.C.

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