30 janeiro 2007

Assim Como?

Será que a pergunta deveria ser esta?





E já agora fica aqui uma leitura interessante que deve ter mais episódios com outros modelos.

13 comentários:

Cingab disse...

Sim

Farpas disse...

Bem me parecia, então o problema está em abortar num sítio seguro em vez de abortar num sítio "badalhoco sem condições nenhumas". Interessante... portanto, "façam-nos à vontade, mas ali assim para ninguém ver!"... há alguma coisa que me está a escapar de certeza...

Cingab disse...

Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez?
Respondo: Sim (pelo menos no que diz respeito às mulheres), já basta a autopenalização!

Se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas?
Respondo: Não (nem 1, nem 10, nem 30), opta pelo aborto porquê?

Em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?
Respondo: Sim (se é para abortar, que seja num esta de saúde autorizado)

Farpas disse...

hummm... estou a perceber, portanto, se a mulher quiser abortar num estabelecimento de saúde autorizado pode fazê-lo desde que não seja por sua opção.

O que eu continuo sem perceber é como é que se pode ser a favor da despenalização do aborto por opção da mulher, mas apenas se for feito na clandestinidade...

Cingab disse...

Desde que não seja, simplesmente, só por sua opção...
Já agora uma pergunta:
Depois de 11 de Fevereiro, caso ganhe o "sim", pode uma mulher abortar, se até às 10 semanas descobrir que vai ter uma menina, em vez de um desejado menino?

Farpas disse...

Se (como se prevê e tem toda a lógica que seja) seguirem os modelos que dizem que vão seguir (Francês por exemplo que podes ler parte aí no link) não me parece que isso seja possível num estabelecimento de saúde autorizado como tem toda a lógica.... no entanto como tu até és a favor da despenalização da mulher não vais condenar essa mulher por isso não percebo a pergunta ;).

Há muitas questões não há? Todas elas estão ligadas entre si, e todas elas dependem de casos específicos. O que te leva a voltar "Nim" é o mesmo que me leva a votar "Sim" cada caso é um caso, tu olhas para os mais negativos, eu olho para os mais positivos... cada qual pesa na sua balança e vota o que acha melhor.

Mais uma pergunta (estou a gostar):

O que é que consideras "não ser só por opção da mulher"? Que casos englobas? Condições para criar um filho está incluído?

Cingab disse...

Eu também estou a gostar...
Os casos que eu englobo são poucos, menos mesmo dos que os que estão já descritos na actual Lei... Mas aquilo que eu acho só me obriga a mim!...
A decisão de matar um Ser Humano não pode ser responsabilidade só de uma pessoa, como a de criá-la, também não!
Os motivos económicos não são, para mim, justificação suficiente para matar outro ser humano, mas até já dou isso de barato... Mas não sem que antes hajam comissões técnicas, éticas e jurídicas que analisem o pedido Aborto... Olha, nem que seja para para fins estatísticos!...
Motivos como:
Cor dos olhos
Estatura
Signo
Altura do ano
gordura
Sexo
tendências homicidas
Cabelo
Pêlos no peito
Tendência para calvo
E depois, com o evolução da genética (tu sabes bem melhor que eu), e brincando um pouco:
Se é do Sporting
Se é do Paço
Se vai morar para asnelas
Se é muçulmano radical

Desculpa @Farpas, agora a sério, eu até compreendo e aceito perfeitamente aquela coisa do votando “não” se salva feto nenhum... Custa-me muito ver mulheres perseguidas e nunca o foram por mim... mas um “sim” total não pode ser opção... Não poderei provar nada nunca, nem vou ser fundamentalista:
Se alguma mulher abortar, motivado pelo sexo (por ex) do novo ser, considere-se criminalizada por mim... E isso vale o que vale, ou seja, nada!

Farpas disse...

Outro dia disse a uma amiga para ela votar "Não" e a explicação é muito simples, ela disse-me que só votava sim se TODAS as mulheres que fossem abortar o fizessem por motivos que consideramos válidos. Eu sei que isso é impossível, mas é como digo, colocando todos os argumentos numa balança a minha cai claramente para o "Sim", é tudo muito bonito, a vida que está lá, e bate um coração (primário... coração primário, não o coração... certas pessoas deviam ser mais explicitas...), e é um menino ou uma menina... mas o problema é que vivemos num Mundo real...

... caso a caso... caso a caso...

Cingab disse...

Exacto, caso a caso!

Anónimo disse...

Interessante a discussão...
E voltando a pesar prós e contras: Eu voto "Sim" embora considere a questão omissa em directivas fundamentais como por exemplo a avaliação de cada caso singularmente. Contudo devemos olhar a prática portuguesa e a nossa forma "abusivamente" burocrática de conduzir processos. O problema com a possivel averiguação da elegibilidade ao aborto prende-se com a possibilidade de uma mulher engravidar, aperceber-se do mesmo decorridas 5 ou 6 semanas, requerer o aborto e ficar numa lista de espera de um ano ou mais! Claro que estou a ser sarcástico e quase anedótco mas até já imagino a capa de um qualquer "Correio da Manhã" - "Juiz decreta capitulação de criança que afinal... Era aborto!"
Sejamos realistas... É-nos impossivel, nos dias que correm, lidarmos com mais casos de avaliação de elegibilidades. Acredito que mulher alguma opta pelo aborto por razões tão superficiais como "a côr dos olhos" ou outras. Entendo que é uma opção horrivel à qual se recorre num caso extremo e pela qual ninguém deve ser penalizado, nem a mulher e muito menos a futura criança, potencialmente relegada para o nosso famigerado sistema de acolhimento e adopção.
Por ultimo, em causa nunca estará a "liberarização" conquanto a IVG fôr efectuada pelos instrumentos do SNS. Além de que terá acompanhamento médico e psicológico prévio. O aborto deverá ser uma opção disponivel mas devidamente apoiada e fundamentada, não acredito que médico algum performará um aborto sem ouvir atempadamente a progenitora e averiguar as suas razões, aconselhando-a.
Por isto e por muito mais voto "SIM" agora e sempre!
Abraço

Cingab disse...

@"Farpelas"
Um feto com coração primário faz parte do mundo Real...

@António Aleixo,
Um "sim" como o seu (e o do Farpas) é de respeitar, ouvir e discutir civilizadamente...

Agora outra questão:
Uma mulher que aborte (num vão de escada, por ex.) às 25 semanas deve ser criminalizada, perseguida, punida?

Farpas disse...

Depende do caso. Com 25 semanas não acredito que alguém ainda não tenha dado conta que está grávida. O facto de ser até às 12 semanas é muito importante até por causa das técnicas a aplicar. Às 25 semanas só uma análise profunda do caso é que me pode levar a dizer alguma coisa, mas em principio para mim às 25 semanas não se devem fazer abortos, isso já é quase um parto. Mas se disso depender a vida da mãe, por exemplo, não criminalizo ninguém! Lá está, caso a caso, apenas avaliando caso a caso.

Mas não é isso que está em causa certo? Estamos a falar de abortar embriões (até 8 semanas) e fetos em fase inicial (12 semanas).


Então mais uma pergunta imaginando um cenário matemático: Se um embrião perfeito concebido por um momento de amor entre duas pessoas, corresponde a 100% de vida, qual é a percentagem de vida a que corresponde um embrião com trissomia 21 ou um embrião resultante de uma violação?

Anónimo disse...

Ola a ambos (Cingab podes tratar-me por tu...)

Nao sei se viram, o "Farpas" provavelmente sim... Ontem deu na RTP uma reportagem com o Quintanilha muito interessante. Ele é obviamente um defensor do "SIM" mas, ao contrário de outros, trata-se de alguém com quem poucos podem esgrimar argumentos. Disse ele então ontem que a questão de se matar ou não uma vida humana às 10 semanas é totalmente irrelevante pois essa existe mesmo antes da concepção! Ora isto deixa-nos a braços com outro dilema anedótico sobre o qual já me tinha debruçado a quando do ultimo referendo sobre a IVG... Se abortar é acabar com uma vida, temos necessariamente de voltar a proibir a masturbação! Imaginem o potencial humano desperdiçado em cada ejaculação!!! É que a verdade, segundo o inquestionavel Quintanilha, é que a existência de vida humana está já patente nos óvulos e espermatozoides antes da concepção.
Quanto ao problema das 25 semanas. É um caso interessante mas que nada acrescenta à discussão, não é por acaso que o referendo se refere às primeiras dez. Por exemplo, não sei se estão ao corrente (eu próprio só o li ontem) mas neste preciso momento, nos Estados Unidos, discute-se a necessidade de anestesiar o feto sempre que um aborto for feito passadas as vinte semanas de gravidez. Isto obviamente porque a futura criança, ainda embrionária, já desenvolveu um sistema neurológico e sentirá dores no processo... Isto era apenas uma curiosidade. Quanto à questão, acho que sempre que um aborto desse género fôr feito de forma clandestina, a mulher, assim como o(a) parteiro(a) e quem a aconselhou (marido, mãe, sogra, etc.), deverão ser responsabilizados. Por outro lado, em casos em que esse borto se revele necessário e devidamente autorizado e acompanhado por quem competente, não vejo problema...
Quanto às percentagens de vida (O problema do Farpas), não respondo, não tem resposta, é obvia mas percebo a provocação. "Sim" e com muita força!
Abraço,
António

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