04 outubro 2006

Brincar aos polícias e aos ladrões...

Anda tudo muito calado pela blogosfera... o mesmo, garanto, não se passaria se os rapazinhos que fugiram à polícia fossem ciganos, ou pretos, ou azuis... por esta altura alguns dos meus "amigos" de estimação já tinham lavrado linhas e linhas de texto sobre isto, mas isso são outras histórias... Independentemente de tudo isso vamos simular aqui umas situações.


Simulação 1

# Um carro com 4 pessoas não obedece a uma ordem da polícia e inicia uma fuga.
# Os polícias vão atrás deles.
# Continuam a fugir, a polícia dispara e mata um dos fugitivos.


Simulação 2

# Um carro com 4 pessoas não obedece a uma ordem da polícia e inicia uma fuga.
# Os polícias vão atrás deles.
# Os polícias não disparam, mas de dentro do carro são disparados tiros, um polícia morre.



As duas situações já aconteceram em Portugal e não é preciso fazer muito esforço de memória... Na simulação 1 o polícia é preso, e toda a gente fala mal da polícia, porque não agiu como deve ser, na simulação 2 o criminos é preso, toda a gente fala mal do criminoso e da polícia que devia ter agido com maior firmeza.

A polícia tem de decidir naquele instante e deve estar preparada para o fazer, assim como deve estar preparada para efectuar a decisão que tomar. Parece-me que o que falha é isto... será ou não verdade que a nossa polícia para além de mal equipada (acho que ninguém duvida!), está também mal preparada (muitas vezes por causa de poupanças nos orçamentos)? Quem tem culpa? O Polícia? O governo? Não se pode simplesmente olhar para o caso e dizer a culpa é do polícia porque disparou contra o carro!! Porque reparem:

Simulação 3

# Um carro com 4 pessoas não obedece a uma ordem da polícia e inicia uma fuga.
# Os polícias vão atrás deles.
# Os polícias não disparam, dentro do carro também não há disparos.
# O veículo em fuga despista-se e atropela mortalmente um cidadão.


O que vai discutir nessa altura? "Porque é que o raio do polícia não disparou contra o carro?!". Isto exige uma reflexão que comece muito antes do momento em que o polícia tem de decidir o que fazer...

1 comentário:

Farpas disse...

Este tipo de coisas nunca é fácil, porque a sua avaliação só pode ser feita no fim de ter os factos todos, enquanto que os polícias têm de decidir no momento... no fundo será sempre uma profissão ingrata... é um pouco (claro que não com a mesma seriedade) como os árbitros...

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