09 outubro 2007

Hasta la victoria

Quarenta anos depois da sua morte, porque vale sempre a pena ver que há pessoas que não se acomodaram e que souberam renunciar à fama e poder para poderem lutar pelo que acreditavam, pela liberdade!


14 comentários:

cereja disse...

Clap, clap, clap!!!
Grande Farpas|
Devia ter sido eu a escrever este post, caramba! Já me envergonhaste.

josé palmeiro disse...

É mesmo bom, não esquecer!!!

Cingab disse...

Vermelhuscos!...
:P

MANUEL HENRIQUES disse...

Farpas,

Não posso crer no seu comentário...

MANUEL HENRIQUES disse...

Farpas,

Não posso crer no seu comentário...

Farpas disse...

Como leitor do teu blog nem estava à espera de outro tipo de reacção. Cada qual tem as suas leituras da história.

MANUEL HENRIQUES disse...

Farpas,

Sobre CHE, hoje,no Diário Económico

http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/opinion/columnistas/pt/desarrollo/1046871.html

Farpas disse...

Manel, a comparação de Che a Hitler ou Bin Laden é uma constante e um terrível erro histórico, apenas prova um completo desconhecimento da realidade das épocas em questão e os actos dos intervenientes! A história deve ser interpretada por cada um, isso permite que nos seus ideais possamos fazer diferentes avaliações, agora quando essas avaliações passam a ser grotescas deixam de ser sérias... Devemos tentar ter um pouco de liberdade de avaliação ... coisas dessas como a capa da revista "Atlântico" são... digamos que... nada rigorosas.

Che cometeu muitos erros, quis a revolução sem poder, o grande erro era acreditar numa coisa que (não nos enganemos) é completamente utópica, mas não nos esqueçamos que os seus ideais nada têm a ver com os de Hitler ou semelhantes! E nestes casos, tamanha diferença de ideais é muito relevante!

MANUEL HENRIQUES disse...

A comparação pode ser exagerada. Mas o currículo de CHE não é nada impoluto.

Acredita que me entristece quando vejo na Rua jovens imberbes com a Icone mitico de CHE na t-shirt, desconhecendo que era um revolucionário obstinado que comandou pelotões de fuzilamento.

Mas, sem te tirar razão, ou dá-la a quem escreveu o artigo, não podes negar que Hitler e CHE tinham uma coisa em comum: Tudo fizeram pela sua ideologia. Foram crueis com quem se atravessou no seu caminho (com as devidas proporções).

é uma realidade que não podemos esconder

Farpas disse...

Aí é um ponto onde não há discussão, mas mais uma vez tenho de lembrar que a ideologia de um e outro não podem nunca ser comparáveis!!

Anónimo disse...

Caro Manuel,

Tal como refere o texto do Diario Economico por si citado, é absolutamente ridiculo comparar Ernesto Guevara a Hitler. Quanto muito podiamos comparar o Furer a Fidel Castro e mesmo assim salvaguardando as devidas diferenças entre alguém irredutivelmente duro em prol de um ideal social que é para todos e outro que, maquiavelicamente, orquestrou a famigerada "solução final".
Concordo que tanto Che como Hitler mataram mas é importante recordar porque o fizeram e como o fizeram. Lembro-lhe que o médico argentino encetou a sua luta com o único propósito de libertar a América Latina das garras do Neo Colonialismo norte americano e torna-la una, capaz de providenciar iguais oportunidades aos seus povos que também são, na sua génese, apenas um. Embora tenha sido um defensor do ideal marxista e comunista, é importante realçar que foi o próprio quem decidiu abandonar Cuba quando esta demonstrou ter assegurado a sua estabilidade e soberania, revogando assim qualquer traço de imperialista sedento de poder que lhe poderia ser atribuido caso ficasse. Pelo contrário decidiu continuar a luta armada pelo ideal social que era o seu.
Fala ainda das execuções orquestradas pelo revolucionário argentino. É verdade. Mas apenas na condição de responsavel pela prisão de La Cabana onde se encontravam muitos dos antigos membros e oficiais do regime de Fulgencio Batista, assim como os operacionais das BRAC (Semelhante à PIDE-DGS). Poderá dizer-se que, ainda assim, eram desnecessárias tais mortes. Concordo. Mas a verdade é que o inicio dos anos 60 não foi propriamente pacifico na America Latina, o clima era verdadeiramente de guerra em vários paises, entre os quais a Bolivia ou o Panamá, por exemplo... A CIA estava infiltrada em tudo o que eram esferas de poder do México para baixo e não raras vezes encetaram planos para aniquilar Guevara, entre outros. Isto para lhe dizer que, ao contrário da calma transição que nos foi possivel em Abril de 74, tanto em Cuba como em toda a America Latina, era extremamente imprudente soltar ou perdoar inimigos. Atenção que falo em inimigos e não em opositores politicos pois não o eram somente.
Claro que seria muito ingenuo da minha parte pensar que Che só matou na qualidade de director de um carcere... É obvio que matou muito mais gente mas outra coisa não se pode esperar de alguém que escolheu a guerrilha armada como forma de vida.
Por ultimo, na minha opinião, devemos lembrar Che Guevara como um activista politico numa época de constantes cenários de guerra, com todos os seus defeitos e qualidades mas nunca com esse toque de maquiavel de que foi dotado Hitler.
Quanto às comparações com Bin Laden são bem mais plausiveis e o tempo dirá como veremos o saudita no futuro. Também este encetou uma luta de guerrilha contra os estados unidos e a sua politica imperialista e usurpadora no médio oriente. É importante não esquecer quem realmente são os perversos participantes deste jogo que já dura desde os tempos da guerra fria. É importante recordar quem ocupou a Arabia Saudita e de lá não sai à mais de vinte anos. Quem destruiu o Iraque, o Afeganistão, o Paquistão, o Irão, a Siria ou os Emirados Arabes Unidos sempre em prol dos seus intentos e necessidade de controlo demográfico sobre as jazigas de petróleo. Muito me entristeceu a morte de 3000 civis a quando do 11 de Setembro. Mas acredite que me entristece muito mais os milhões de árabes que têm morrido nos ultimos 40 anos à conta dos EUA. Na verdade devo confessar que quando soube da noticia não consegui evitar um "É muito bem feito!"; "Já andavam a pedi-las há muito tempo". É ridiculo que a diferença entre terrorista e heroi seja apenas uma questão de poder e dinheiro, de oriente ou ocidente. Não quero com isto defender os regimes totalitários do médio oriente mas uma mão não lava a outra e a politica internacional norte americana, armados em policias do mundo, tem sido verdadeiramente desastrosa, empurrando-nos a todos para um novo confronto mundial que apenas os serve, uma vez mais, a eles.
E pronto, acho que já me estiquei e também ninguém vai ler por isso... Desculpem lá a seca e muito bom dia.

Oh Farpas desculpa mas só soube desta discusão ontem, disse-me a Rute. Senão teria passado por aqui mais cedo para apimentar mais a coisa.

Abraço

MANUEL HENRIQUES disse...

António Aleixo,

Agradeço o comentário, apaixonado, parcial,e por isso mesmo muito interessante.

O esforço em tentar, à lupa, destrinçar o totalitarismo comunista do nazista tem sido uma tarefa herculea levada por diante por alguma esquerda.

Esta nossa discussão é muito saudável. Há uns anos atrás seria impossível.

Não fico nada convencido com a diferença que faz entre Fidel e Hitler devido a um lutar em "prol de um ideal social". Não é por ai. O próprio Hitler também se dizia Socialista (à maneira dele) só que para um grupo restrito ( que excluia Judeus, ciganos,Eslavos e todos nós em geral).

Tenho para mim um critério muito objectivo para distinguir a boa ideologia da má ideologia. Quem fuzila, confisca, oprime, cala os opositores politicos não merece a minha consideração e respeito. DE direita ou de esquerda. Dai ficar quase perplexo com as vantagens do Fidelismo face à cuba de Baptista.Acha que a Cuba totalitária lhe merece esse esforço?

Nem vale a pena entrar pela contabilidade sempre polémica de qual a ideologia que mais matou: Rejeito todas as ideoligias que oprimam o meu direito a ter escolhas livres, democráticas, direito a professar uma religião, ter propriedade, educar filhos sem cartilhas do estado. Também neste campo pouco separa Hitler dos Comunistas (com excepção do tal "bem comum" de que alguns se arrogam).

Peço-lhe é que não desculpabilize o mal (a banalidade do mal como dizia H.Arendt) por ser de esquerda. Humilhe e espezinhe a maldade ainda que ela se arrogue de bem.

Sobre o Médio Oriente muito havia a falar. Não me parece intelectualmente honesto "mergulhar" no contexto do mundo bipolar dos anos 80 para julgar os E.U.A de Bush. A esta distância é muito fácil...Na época Bin Laden e os Taliban eram apenas uma gente barbuda, extremista e mal-cheirosa disposta a morrer matando comunistas.

Ao contrário do CHE e dos seus "amigos do povo" espero que o meu amigo seja "extremamente imprudente" em me perdoar e aceite o meu conselho para analisar estes temas sem tabus ideológicos pois os conhecimentos que tem de história permitir-lhe-ão rever alguns dogmas.

Um abraço e olhe, vá ao http://obeiraorecalcitrante.blogspot.com/ mandar-me uns piropos para discutirmos este e outros temas.

Um abraço e desculpa ao Farpas por este "alongamento"

MANUEL HENRIQUES disse...

http://www.therealcuba.com/MurderedbyChe.htm

Anónimo disse...

Caro Manuel,

Obrigado eu pela resposta e salutar discussão daí resultante. Contudo acho que não me compreendeu na totalidade. Nunca quis desculpar qualquer género de totalitarismo por ser de esquerda. Acredite que, ainda que me identifique com os ideais marxistas, deploro qualquer género de atentado à liberdade de expressão, credo ou qualquer outra. Aliás fui eu próprio quem reconheceu ser possivel comparar-se, ainda que com as devidas distancias, Fidel e Hitler. O que eu contestei foi a comparação do Furer com Guevara, essa sim me parece deturpadora e altamente propagandista.
É verdade que Hitler se auto-intitulava socialista, como aliás a esmagadora maioria dos lideres politicos nos ultimos 60 anos. Mas quando falo numa distinção entre Fidel e Hitler baseada numa politica em prol de um bem social, faço-o de forma coerente. É impossivel dizer que se trabalha para um bem social acrescentando adendas onde se lê "menos estes e aqueles". Social, sociedade, somos todos, independentemente de nacionalidade, raça ou credo e portanto é justo comparar os dois estadistas salvaguardando as devidas distancias entre duro/ totalitário e imperialista, xenófobo e sanguinário (Sendo que verdadeiramente graves são as suas duas ultimas "qualidades" pois outros imperialistas, como Napoleão, tinham mais respeito pela humanidade...)
De forma alguma pretendo distrinçar o totalitarismo comunista do nazi. Tal como desprezo Hitler, também o mesmo acontece com Estaline, Mao, Kim-Il Sung, Tito, Chausesko e mesmo Fidel. Reconheço contudo, face ao panorama politico actual na America do Sul, que admiro as posições de força de Evo Morales, Hugo Chavez ou até Lula da Silva.
Sei que, em prol dos meus comentários, me julgará como um fervoroso activista de esquerda, saudosista da antiga Uniãõ Soviética. Pois não podia estar mais enganado... Posso dizer-lhe que me classifico como um marxista, socialista e democrático acima de tudo. No fundo estou muito próximo daquilo que era a génese do PSD a quando da sua formação, sendo que hoje em dia de Social-democráticos não têm nada, optando antes pelo rumo ao liberalismo económico, como demonstram as suas pretensões em privatizar os serviços públicos como a água.
Marx não é nennhum papão nem sinónimo de repressão, é apenas um homem que escreveu sobre modelos económicos e que tem sido seguido e interpretado por praticamente todos os estados e estadistas nos ultimos 60 anos.
E pronto, quanto a este ponto nãõ me vou alongar muito mais até porque já perdi um pouco o fio à meada.

Quanto à questão do médio Oriente. Parece-me um pouco simplista a sua interpretação dos Taiban durante a Guerra Fria. Talvez, se pensar um pouco sobre as razões destes terem lutado contra a ocupação soviética, com o apoio dos estados unidos, verá que estas sejam exactamente as mesmas que os levam agora a atacar a América do Norte. Em causa está o seu direito a serem livres e soberanos nos seus próprios países. A quando da Guerra Fria, os estados unidos implementaram-se no médio oriente sobre o pretexo de libertarem o mundo do mal comunista. O problema é que se esqueceram de sair quando acabou o conflito...
Claro que me dirá que as ditaduras no médio oriente tinham de ser depostas e quanto a isso estou totalmente de acordo. Mas foi para isso que foram criadas as nações unidas, é essa a policia humanitária do mundo, não os EUA.
Mais uma vez reforço a minha opinião de que a diferença entre terrorista e heroi é muito ténue e depende de que lado vemos o conflito.
Ainda ontem vi um documentário sobre a Guerra Colonial que me remeteu para o assunto. Em Portugal, no inicio dos anos 60, UPA, MPLA, FRELIMO, PAIGC, UNITA ou FNLA eram todos considerados movimentos terroristas. Hoje, a meu ver felizmente, a história sobre estes é outra e vemo-los como resistentes e herois. O mesmo aconteceu com o nosso Viriato ou Afonso Henriques ou tantos outros, a história está cheia de casos de personagens considerados terroristas no seu tempo, apenas e só, por reclamarem independencia e soberania sobre o seu território ocupado.
Portanto, mais uma vez o digo, o futuro nos dirá como serão vistos e reconhecidos os Bin Laden e restantes membros das ditas organizações terroristas do médio oriente.

Em jeito de despedida, queira desculpar-me mas reitero para si o esforço de rever a questão sem tabus ideológicos... É que sabe... Os comunistas já não comem criancinhas ao pequeno almoço e, o facto de uma pessoa se rever no ideal do bem comum, não faz com que esta não reconheça a utopia que é a sua implementação como modelo de gestão. E muito menos que apoie atentados à humanidade ou liberdades de qualquer espécie!

Um abraço,
António Aleixo

Related Posts with Thumbnails